O Reino é para toda gente
- Ticiano Alves
- 26 de fev. de 2021
- 3 min de leitura

Estudar e refletir sobre as parábolas é maravilhoso e, eis aqui uma parábola que encontra-se somente no evangelho de Mateus: “O reino dos céus é ainda semelhante a uma rede que, lançada ao mar, recolhe peixes de toda espécie. E, quando já está cheia, os pescadores arrastam-na para a praia e, assentados, escolhem os bons para os cestos e os ruins deitam fora. Assim será na consumação dos séculos: sairão os anjos, e separarão os maus dentre os justos, e os lançarão na fornalha acesa; ali haverá choro e ranger de dentes” (Mt 13.47-50). Estamos diante de uma parábola escatológica, portanto, a preocupação dela é com o fim dos tempos. Sendo assim, a narrativa nos fala do dia do juízo final. Devemos notar que o foco central é a separação dos peixes e nada se fala dos pescadores. Precisamos estar de mentes abertas para procurar aprender o que a Palavra nos ensina. Sendo assim, vejamos as implicações desta parábola para as nossas vidas.
A primeira lição é que o Reino de Deus é destinado à todas as pessoas. O texto diz que o Reino é semelhante a uma rede lançada no mar, que apanha todo tipo de peixe. Jesus deseja que compreendamos que o seu Reino acolhe todas as pessoas. É para os bandidos, para as prostitutas, para os delinquentes e para gente socialmente apresentável. O Reino acolhe a todos. É este o significado das palavras de Jesus a Nicodemos: “Porque Deus amou o mundo de tal maneira que deu o seu Filho unigênito, para que todo aquele que nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna.” (Jo 3.16). Deus ama todas as pessoas e ama a sua criação como um todo e veio buscá-la e restaurá-la. Da mesma maneira que uma rede lançada não pode fazer a separação dos peixes, o Reino também não faz acepção de pessoas.
A segunda lição é que o Reino de Deus é quem busca às pessoas. Esta é uma ideia vincada em toda a Bíblia. É sempre Deus quem toma a iniciativa. A parábola diz que o Reino é semelhante a uma rede lançada ao mar e esta traz consigo todo tipo de peixe, podemos concluir que os peixes não optaram ir para rede, eles foram apanhados por ela. Sendo assim, é o Reino que nos apanha. Nós somos escolhidos para fazer parte do Reino.
É o Senhor que entra no mar da vida e apanha-nos com a sua rede. Ele puxa-nos para junto de Si. Nossa tendência natural é tentar fugir de Deus. Adão quando ouviu a voz do Senhor no jardim escondeu-se. O peixe quando é apanhado na rede luta para fugir dela. Nós quando somos agarrados pelo Senhor tentamos de todas as maneiras fugir dEle.
Esta é a ideia que sobressai em toda a Bíblia. No livro de Jeremias nós encontramos o seguinte: “De longe o Senhor me apareceu, dizendo: Pois que com amor eterno te amei, também com benignidade te atraí.” (Jr 31.3). Note que a iniciativa é do Senhor. Foi Ele quem amou e foi Ele quem atraiu. É Ele que lança a sua rede e busca-nos para Si.
A terceira lição diz que o Reino de Deus é para todos, mas somente alguns desfrutarão dele e esse é o ponto-chave da parábola. O Reino é semelhante a uma rede lançada ao mar, que pega todo tipo de peixe e quando é trazida para terra, faz-se a separação dos bons e maus. Aqui há algumas lições importantes que não podemos deixar de pensar, mesmo que seja por um momento. A primeira coisa que nos salta aos olhos é que na rede convivem tanto bons como maus. Outra realidade é que estar na rede não faz de ninguém um cidadão do Reino. Todos os peixes estão na mesma rede e são puxados juntos, mas quando chegam à praia é que são separados. A terceira realidade é que se faz a separação entre bons e maus, mas não no sentido de que se fez boas ações. A separação é feita pelo compromisso que se teve com o Senhor Jesus. Isto está relacionado com à compreensão da graça de Deus.
Essa parábola, mostra-nos que O Reino destina-se a todos, mas a conclusão da mesma diz que no final nem todos farão parte do Reino. Sendo assim, que diante do descortinar da graça, te deixes apanhar e não resistas ao Senhor do Reino.
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