Humanizem-se
- Marcos Amazonas Santos
- 2 de out.
- 2 min de leitura

Todos os dias somos assolapados com imagens de pessoas mortas. Vemos, soldados e civis. Homens, mulheres e crianças que se encontram na lista dos mortos. A verdade é que a violência se faz presente em todas áreas. Não podemos esquecer da violência urbana, dos muitos inocentes que morrem diariamente.
Infelizmente, creio eu, nos falta humanidade. Os líderes mundiais falam de paz, mas investem cada vez mais em armamentos. É a cultura da morte. Lembrei da canção “A morte saiu à rua”, de Zeca Afonso, escrita em homenagem ao seu amigo José Dias Coelho, assassinado pela PIDE. O poeta escreveu:
“A morte saiu à rua num dia assim
Naquele lugar sem nome pra qualquer fim
Uma gota rubra sobre a calçada cai
E um rio de sangue dum peito aberto sai”
O tempo passou, mas essa triste realidade continua presente em nossos dias. A morte está bem presente, ela caminha pela rua e é instrumento de pessoas que se desumanizam a cada dia.
Diariamente várias imagens de tragédias nos chegam e os corpos estão estendidos no chão. Ficamos impunes “de frente pro crime”, que também é o nome da canção de Aldir Blanc e João Bosco que fala da violência urbana como parte do cotidiano. E como é verdade o que escreveram:
“'Tá lá o corpo estendido no chão
Em vez de rosto, uma foto de um gol
Em vez de reza, uma praga de alguém
E um silêncio servindo de amém”
Corpos estendidos no chão. Famílias que choram os seus. Dor e sofrimento.Mães que não aceitam ser consoladas e mais uma vez, ecoa em nossos ouvidos a voz do profeta Jeremias: “Assim diz o Senhor: Uma voz se ouviu em Ramá, lamentação, choro amargo; Raquel chora seus filhos; não quer ser consolada quanto a seus filhos, porque já não existem” (Jr 31.15).
A morte saiu às ruas. Os corpos estão estendidos no chão e mães sofrem e choram por seus filhos que já não são.
Que os governantes e seus generais loucos, do alto dos seus palácios se humanizem e abandonem essa cultura de morte, que possam celebrar a vida, pois ela é o projeto de Deus para nós. Jesus afirmou: “O ladrão não vem senão a roubar, a matar, e a destruir; eu vim para que tenham vida, e a tenham com abundância” (Jo 10.10b). Não a cultura de morte. Que haja vida e vida plena!



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