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Escombros

  • Foto do escritor: Marcos Amazonas Santos
    Marcos Amazonas Santos
  • 14 de out.
  • 2 min de leitura
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Todos os meios de comunicação noticiaram e mostraram a troca de presos efetuadas entre Israel e o Hamas. Vi a alegria dos familiares, os festejos deles e que bom que isso aconteceu.

Não sou sionista e muito menos defensor do Hamas. Não sou a favor da cultura de morte que vem sendo perpetrada por décadas. Sou a favor da vida e exultei em ver o reencontro dos que foram libertados com seus familiares. Entretanto, no meio de toda a alegria, fica a dor e a tristeza por ver a destruição da faixa de Gaza. Uns podem regressar para suas casas e outros para os escombros.

Vejo as fotos, os vídeos daquela região que me faz lembrar o lamento do profeta:

“Como jaz solitária a cidade outrora populosa! Tornou-se como viúva a que foi grande entre as nações! Princesa entre as províncias, ficou sujeita a trabalhos forçados! Chora amargamente de noite, e as lágrimas lhe correm pelo rosto. Entre todos os seus amantes não tem quem a console. Todos os seus amigos a traíram; tornaram-se seus inimigos. Judá foi levado ao exílio, afligido e sob grande servidão; agora habita entre as nações, sem encontrar descanso. Todos os seus perseguidores o apanharam nas suas angústias. Os caminhos de Sião estão de luto, porque não há quem venha à reunião solene. Todas as suas portas estão desertas, os seus sacerdotes vivem gemendo, as suas virgens estão tristes, e ela mesma se acha em amargura” (Lm 1.1-4).

Exulto e alegro-me com as famílias que podem se reencontrar com os seus, mas choro com aqueles que seguem para os escombros. Vejo a destruição, o luto vivenciado por ambos os lados e percebo como o ódio tem a capacidade de destruir nações inteiras. Sim, o ódio é devastador.

O profeta fala da traição dos amigos. Aqueles que olham seus interesses, não têm problemas em mudar de lado para alcançar seus objetivos. Diante da destruição não apenas de edifícios, mas essencialmente de vidas, resta-nos a tristeza e as lágrimas.

Vimos com alegria a libertação das pessoas. Alegria pelas ruas, mas em meio ao contentamento, há a dor da perda, o luto que precisa ser vivido e cidades que necessitam ser reedificadas.

O ódio e a ganância são destruidores, que em nós reine tão somente o amor.

 
 
 

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