Quando a ortopraxia é diferente da ortodoxia
- Marcos Amazonas Santos
- 8 de jan.
- 2 min de leitura
Leia Jonas 1.1-17

Ele foi um profeta profundamente nacionalista. Profetizou um período de potência militar e prosperidade econômica em Israel. Era um profeta que estava pronto a anunciar a voz do ETERNO em favor do seu povo. Contudo, quando Deus trouxe uma mensagem que lhe desagradou, que colocou em risco o futuro de sua nação, ele não gostou e rejeitou a sua vocação.
O profeta tinha a teoria certa. Sua doutrina era correta, mas quando chegou o momento de vivenciar aquilo que tinha em mente foi bem diferente. A teoria dizia uma coisa, mas a sua prática era algo completamente diferente. Ele afirmava que Deus era o criador de todas as coisas, que tudo pertencia a Deus, mas na prática quis fugir da presença do Senhor. Na teoria tudo pertencia a Deus, mas na prática havia lugares onde Deus não estava e nem lhe pertenciam.
Partindo desse ponto, vemos que o profeta sabia quem era Deus. Tinha consciência de que o ETERNO era o soberano. Sendo assim, diante de uma ordem do Senhor, só cabia obediência. Entretanto, o profeta decidiu abrir mão de tudo, virou às costas a Deus e foi para um pretenso lugar, onde Deus não estava e nem o haveria de encontrar.
O profeta afirmava que Iavé era o Soberano. O Eterno era Senhor de todo universo, mas a sua prática era muito parecida com a dos outros, pois sua visão era territorial. Ele declarava amor a Deus e aos seus compatriotas, mas era incapaz de amar aquelas pessoas que não faziam parte do seu povo. Deus é Senhor de tudo e todos, mas a mensagem da graça e da misericórdia não podia ser anunciada a todos.
Diante das crises, das tempestades da vida, o profeta sabia que poderia erguer a sua voz em oração. Entretanto, ele calou-se, colocou a vida das pessoas em perigo e, ainda assim, não ergueu a voz em oração. A sua ortodoxia defendia uma vida de oração, mas na sua ortopraxia não havia diálogo e súplica ao ETERNO.
O profeta tinha consciência de que o ETERNO não abandonava os seus, não os deixava para trás e não desistia de quem Ele amava. Entretanto, ele desejou morrer, pediu para ser jogado ao mar, não porque desejasse a salvação da tripulação, mas porque seria o seu fim. Se fosse jogado ao mar, morreria e não proclamaria a mensagem do ETERNO, mas como ele mesmo sabia, os planos de Deus não podiam ser frustrados e o Senhor o surpreendeu mais uma vez, poupando-lhe a vida.
Jonas nos ensina que quando a nossa ortopraxia diverge da nossa ortodoxia, colocamos a vida das pessoas em perigo. Que nossa teoria seja idêntica à nossa prática.



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