top of page

Não à intolerância religiosa

  • Foto do escritor: Marcos Amazonas Santos
    Marcos Amazonas Santos
  • 11 de out. de 2023
  • 4 min de leitura

ree

Os batistas são reconhecidos pela sua luta em prol da liberdade religiosa. Defendem que todos precisam ser respeitados independente de crerem ou não professarem qualquer expressão de fé religiosa. A maioria dos países ocidentais, definem-se como Estados laicos, ou seja, o Estado não interfere na religião e tão pouco a religião se intromete nas coisas do Estado. Contudo, o que vemos na prática é algo bem diferente e preocupante, sem falar na intolerância que tem tido um crescimento exponencial. Exemplo disso foi o que aconteceu recentemente no Brasil, onde um pastor desferiu ataques a um símbolo da igreja católica, afirmando que tal era satanás fantasiado de azul e que tal só levava maldição para a cidade. Também vimos um casal evangélico, no Rio de Janeiro importunando mulheres do Candomblé e, tais ataques surgem como uma tentativa de pregar o evangelho. Entretanto, não é que isso que vemos nas Escrituras e tal fica claro na narrativa de Lucas que afirma:


“E, enquanto Paulo os esperava em Atenas, o seu espírito se comovia em si mesmo, vendo a cidade tão entregue à idolatria. De sorte que disputava na sinagoga com os judeus e religiosos, e todos os dias na praça com os que se apresentavam. E alguns dos filósofos epicureus e estóicos contendiam com ele; e uns diziam: Que quer dizer este paroleiro? E outros: Parece que é pregador de deuses estranhos; porque lhes anunciava a Jesus e a ressurreição. E tomando-o, o levaram ao Areópago, dizendo: Poderemos nós saber que nova doutrina é essa de que falas? Pois coisas estranhas nos trazes aos ouvidos; queremos pois saber o que vem a ser isto (Pois todos os atenienses e estrangeiros residentes, de nenhuma outra coisa se ocupavam, senão de dizer e ouvir alguma novidade). E, estando Paulo no meio do Areópago, disse: Homens atenienses, em tudo vos vejo um tanto supersticiosos; Porque, passando eu e vendo os vossos santuários, achei também um altar em que estava escrito: AO DEUS DESCONHECIDO. Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio. O Deus que fez o mundo e tudo que nele há, sendo Senhor do céu e da terra, não habita em templos feitos por mãos de homens; Nem tampouco é servido por mãos de homens, como que necessitando de alguma coisa; pois ele mesmo é quem dá a todos a vida, e a respiração, e todas as coisas; E de um só sangue fez toda a geração dos homens, para habitar sobre toda a face da terra, determinando os tempos já dantes ordenados, e os limites da sua habitação; Para que buscassem ao Senhor, se porventura, tateando, o pudessem achar; ainda que não está longe de cada um de nós; Porque nele vivemos, e nos movemos, e existimos; como também alguns dos vossos poetas disseram: Pois somos também sua geração. Sendo nós, pois, geração de Deus, não havemos de cuidar que a divindade seja semelhante ao ouro, ou à prata, ou à pedra esculpida por artifício e imaginação dos homens. Mas Deus, não tendo em conta os tempos da ignorância, anuncia agora a todos os homens, e em todo o lugar, que se arrependam; Porquanto tem determinado um dia em que com justiça há de julgar o mundo, por meio do homem que destinou; e disso deu certeza a todos, ressuscitando-o dentre os mortos. E, como ouviram falar da ressurreição dos mortos, uns escarneciam, e outros diziam: Acerca disso te ouviremos outra vez” (At 17.16-32). 

O que aprendemos com esse texto?


O texto ensina a não hostilizar a fé dos outros. O contexto mostra que o apóstolo Paulo está sendo perseguido, pois os judeus não aceitam a mensagem do evangelho e, por isso, fazem de tudo para o deter. Contudo, o apóstolo, onde chega anuncia o evangelho e em Atenas não é diferente, mas notamos que, apesar de ficar angustiado com o que via, Paulo jamais agrediu os que pensavam de forma diferente. Ele até elogia a atitude dos atenienses, reconhecendo que eles fazem bem em buscar a Deus. Ou seja, Paulo respeita a religiosidade dos outros.

Aprendemos também com esse texto buscar os pontos de convergência. O texto deixa claro que o apóstolo Paulo procurou os pontos comuns para poder dialogar com os atenienses. Elogiou a religiosidade deles, reconheceu que eles estavam buscando a Deus, mas disse-lhes que o Deus que eles buscavam, na verdade, era o que eles desconheciam. O apóstolo não os agrediu, não os ofendeu, mas buscou um ponto de convergência para que pudessem dialogar com respeito.

Por último, o evangelho é para ser pregado e não imposto aos demais. O texto mostra que alguns aceitaram a mensagem de Paulo, outros não e ele respeitou a decisão de cada um, sem impor sua vontade e muito menos ficou discutindo com aquelas pessoas.

É preciso respeitar a religiosidade do outro ou até mesmo a falta dela. Não é cabível a imposição da fé e muito menos atitudes intolerantes. O evangelho é para ser pregado e se queremos pregar o evangelho com ousadia teremos que dizer não à intolerância religiosa.

 
 
 

Comentários

Não foi possível carregar comentários
Parece que houve um problema técnico. Tente reconectar ou atualizar a página.
bottom of page